Motivo nº:n+83
PERDÃO. E CHUVA.
Depois de quinze dias que passaram como um piscar de olhos vou para casa com meu moletom. Deveria estar dedicando um texto para um projeto que faço parte da facul, mas minha inspiração neste momento é muito pessoal para caber lá.
Hoje que é segunda-feira, 15 de agosto, é feriado em São Carlos, logo ainda estou em casa. Depois de muito tempo mesmo choveu também, e estou agradecida porque estava fazendo falta. Enfim.
O tempo tem passado mesmo rápido. O tempo não existe. Apenas aqui e agora. Mas estou muito convencionada para aceitar sua inexistência e, neste momento o que quero (revirar de olhos para esse verbo) é que o tempo exista e que passe muito rápido.
O post de hoje é sobre lidar com o perdão, lidar com a inexistência do tempo e com a nossa falta de domínio sobre as coisas que acontecem e as pessoas. Acho também que é um post sobre não julgar.
Se você clicar na tag autoconhecimento verá muitos posts que falam sobre isso aqui no blog. Mas em certos momentos da vida parece impossível colocar em prática toda a teoria que faz sentido dentro do coração. É muito difícil fazer a mente aceitar ser contrariada. É muito difícil perdoar.
A maior ironia é exatamente saber que não sabemos quem somos, e justamente por isso não somos melhores nem piores que nossos companheiros de jornada, mas estamos sempre e sempre julgando. Sempre.
Por quê?
Essa é outra pergunta que não sai da minha mente. E eu não sei exatamente do que ela se trata. Parece que busco a resposta para alguma coisa. Afinal é o que nós humanos fazemos desde toda a história da humanidade: procuramos por algo que não sabemos.
Estava pensando mais cedo sobre a música O silêncio das estrelas do Lenine, que diz:
"Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?"
Essa música me define este momento.
E logo que silencio minha mente percebo o quanto tudo é tão simples e o quanto realmente complicamos nossa vida, criamos nossos próprios problemas e os pesos em nossos corações.
Nada podemos fazer, fazemos o que está em nosso alcance e tudo o que melhor pode acontecer é vivermos bem com isso. Não procurando caminhos, meios de fugir dos problemas. Olhemos e aceitemos. Aceitemos com nossa alma as confusões do ego. Compreendamos o quanto somos todos cheios de acertos e erros. Compreendamos que somos todos um, que estamos todos trilhando o caminho da evolução para sermos melhores, seres melhores e transformadores da visão de um mundo mau e cruel em um mundo de amor e paz.
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