Receita de coscorão

Motivo nº:n+142

Um doce/salgado passado de geração para geração que venho compartilhar para você testar na sua casa nessa quarentena

Olás!
Trago hoje para vocês uma dica de receita para aproveitarem a quarentena (ou mesmo depois dela, pois é sempre uma boa pedida!). E a receita é para o doce Coscorão, um doce (ou salgado, tão versátil que vocês decidem) que aprendi com meu pai que aprendeu com sua avó (que provavelmente aprendeu com algum antepassado). Essa receita é muito nostálgica para mim, lembra muito minha infância. E, agora, como não consigo visitar meus pais por causa da quarentena, pedi a receita para fazer aqui em casa e todos adoraram! 

Antes uma rápida história

Um dia desses, definindo palavras para o Dicionário Informal, me deparei com o termo cueca virada. Como todos os termos que passam por mim, este não ficou de fora de uma pesquisa e encontrei no Wikipedia a seguinte definição:

Cueca virada, cavaquinho, ceroula virada ou orelha de gato no Brasil ou coscorão, no Brasil^[3] e em Portugal, é uma espécie de filhó, um doce feito de massa de farinha de trigo e ovos, estendida numa tira larga e fina, que é frita e depois polvilhada com açúcar(...).
Este tipo de doce segue receita dos romanos e está normalmente associado a época de carnaval. Antigamente na Europa a época entre carnaval e páscoa era marcada por jejum, então a quinta feira antes do carnaval era chamada "quinta-feira gorda", ou seja, a última chance de comer antes deste período, sendo este doce uma das atrações principais ^[5]. Também pode ser associada ao Natal e Ano Novo e foi levado pelos colonos para várias regiões do mundo.

Fiquei chocada quando li coscorão e imediatamente mandei um print para meu pai relatando a aventura de descobrir a história daquela iguaria.

Alguns marcos da infância

Quando era pequena, quando era tarde da noite e batia a fome, meu pai ia para a cozinha e eu ia atrás:
- Pai, o que você vai fazer?
E ele respondia com mistério e usando uma palavra complexa que deixava para minha imaginação a tarefa de tentar adivinhar o que seria dessa vez:
- Vou fazer um chucrute.
Bem soube depois que cresci que enquanto chucrute era usado como algo genérico por meu pai para despertar minha imaginação, na realidade se tratava de uma iguaria feita de repolho. Enfim, memórias. No fim das contas, era quase sempre coscorão, que me lembro de pendurar os disquinhos ao redor da bacia para depois meu pai fritá-los...

Agora sim, a receita, vamos lá?

Ingredientes

2 ovos
1/2 xicrinha (de café) de óleo
1/2 colher (de chá) de sal
200 ml de água

 

Modo de fazer

1) Misturar ovos, óleo sal e água.
2) Adicionar farinha até ter uma consistência de massa de bolo, ou seja, não muito líquida nem sólida.

3) Colocar fermento e mexer.

4) Adicionar mais farinha até que fique com consistência elástica (segundo meu pai, você estica a massa com as mãos, se ela volta é porque está no ponto).
5) Deixar a massa descansando por no mínimo 30 minutos.

6) Após o descanço, abrir disquinhos e pendurar nas bordas da bacia (não é essencial este último, mas faz parte da tradição essa medida, então achei importante frisá-la aqui)

7) Quando estiver na metade da massa, colocar o óleo para esquentar. Assim, abrir o restante da massa, verificar se o óleo está quente e, estando, colocar para fritar.

8) Você pode comer com acompanhamentos como leite condensado, doce de leite ou mesmo somente açúcar. 

 

Aqui, fizemos em formato de donuts e molhamos no açúcar com canela. Ficou delicioso!

 

Imagem Pessoal

E vocês? Têm alguma receita que marcou a infância? Deixe nos comentários!