Mãe de planta

Motivo nº:n+118

QUEREMOS NOS SENTIR RESPONSÁVEIS. É ISSO.

Olá!
Se você voltar um pouquinho aqui no blog, vai ver que, em algum momento (talvez você vai ter que voltar muito no blog, então veja o post aqui, porque é bem do comecinho) eu comprei um periquito o qual chamei de Sebastian. Incrivelmente ele ainda está vivo, mas como me mudei e etc, não pude levá-lo comigo. Então ele ficou na minha cidade natal e minha mãe ficou cuidando dele durante esse tempo.
Uma das coisas que me arrependo foi de ter comprado esse periquito. Mas, na época eu estava com um vazio e achei que esse vazio era necessidade de responsabilidade (ou de vontade de me sentir capaz de manter uma coisa - dada a recente, na época, frustração de relacionamento).  
Meu arrependimento se deu porque eu criei uma responsabilidade para minha mãe, e não para mim hahahaha pois é.
Após esse episódio, só constatei ainda mais que não sirvo para ser mãe de pet (tudo bem que a meta de vida é ter um cachorro salsicha e um ouriço, mas enfim). 
Minha história com as plantas começou numa mistura de admiração pelo ciclo de vida vegetal e suas surpresas com plantas baratas sendo vendidas no mercado. Primeiro, foi o choque quando, após a mudança de apartamento, os pés de comigo-ninguém-pode e espada-de-São-Jorge se renovaram. Eu já vi ali uma pontinha de esperança.
Então veio o lírio da paz compartilhando um espacinho no quarto. Esses principiantes na minha mão foram um presente de minha mãe e meu pai, que insistiram (obrigada!) que eu daria conta de cuidar (algo que eu mesma não botava fé - vide meu descaso com o pobre Sebastian).
Mas aí, numa passeadela pelo mercado, amor à primeira vista às kalanchoes (ao preço delas também). A primeira foi laranja (eu acho). Depois vieram mais duas, uma branca e uma amarela, e mais vasos. Morreram duas, ficou a amarela. Comprei mais uma, menos duas, mais duas, menos uma. Eu não sei ao certo. Ser mãe de planta não é fácil. O melhor é que, o intuito nem foi criar responsabilidade, mas entre trabalhos, estágios, provas, leituras, criei o hábito de cuidar, de sentar e cavoucar a terra, aguar, viraram meus nenês.
Faz uns dias que tive que deixá-las e meu coração aqui apertado, sem notícias. Ahh, além delas, ainda nos últimos minutos do segundo tempo, minha orientadora do TCC me deu uma suculentinha pós apresentação. E ficaram todas lá, minhas filhas abandonadas.
Então, ontem, minha colega de quarto me mandou notícias. Duas mudinhas (plantadas de última hora) não sobreviveram. Mas as outras... <3 só amor e vontade de voltar logo pra arrancar os matos aleatórios, tirar as folhas secas e ver elas prosperarem.




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